QUANDO O
SIGNIFICADO ADOECE A MENTE
“Algumas palavras são tão
leves que se perdem no espaço e no ar - outras são tão pesadas que podem suscitar
traumas e castrações.”
Somos feitos de linguagem.
Antes mesmo de sermos nomeados, já éramos moldados pelas palavras ao redor -
promessas, repreensões, silêncios. Cada gesto verbal (ou a ausência dele) se
inscreve na memória como uma tatuagem invisível, mas persistente.
À medida que crescemos,
aprendemos a dar nome ao mundo. Mas esse vocabulário não descreve apenas o
externo - ele constrói o interno. Há uma lacuna considerável entre o que é verbalizado
e o que é compreendido. É nesse intervalo que o trauma é incutido.
Um “você não presta” dito na infância pode ecoar por décadas, disfarçado de autossabotagem. Um simples “isso é besteira” pode sufocar uma dor legítima. E o mais curioso: muitas vezes, o que nos fere não é a fala do outro… mas o que ouvimos através dos nossos próprios filtros emocionais.
Porque, no fim, nem sempre
o que você ouve, houve. Às vezes, o que houve foi a voz antiga das suas
inseguranças falando mais alto que a realidade.
Num mundo hiperconectado, onde
tudo se diz mas pouco se escuta com profundidade, reaprender a nomear o mundo é
quase um ato de resistência emocional. As palavras que usamos não são apenas
ferramentas de expressão - são moldes de realidade. Podem ser abrigo… ou
prisão.
Reflexão Psicológica
Pela ótica da Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC), os pensamentos automáticos funcionam como
trilhos mentais: seguimos por eles sem perceber, guiados por significados
sedimentados pela dor, pelo medo e pelo julgamento.
Quando esses trilhos são
construídos com palavras marcadas por exclusão, vergonha ou culpa, nossa forma
de perceber o mundo se estreita. Adoecemos - ora no silêncio do não-dito, ora
na brutalidade do mal interpretado.
Reestruturar pensamentos não é
negar a dor. É questionar a origem das palavras que usamos contra nós:
“Será que isso é mesmo verdade? Ou carrego heranças emocionais mal
digeridas?”
A proposta da TCC é
libertadora: sair da rigidez dos significados e abrir espaço para novos
vocabulários internos. “Fracasso” pode se transformar em “aprendizado”.
“Insucesso” pode ser apenas “experiência”. E até o sofrimento pode se tornar
uma semente de reescrita.
Como bem nos lembra Aaron
Beck, fundador da abordagem: “Não são os eventos em si que nos perturbam,
mas o significado que damos a eles.”
Para Inspirar
“A linguagem é o armário das
nossas emoções. E cada palavra mal dobrada pode amassar um sentimento inteiro.” - Valter Hugo Mãe
E você?
Quais palavras te acompanharam
silenciosamente até hoje? Existe alguma que você sente que ainda precisa
renomear?
Compartilhe nos comentários - talvez
a sua história ajude alguém a encontrar um novo vocabulário para si.
Se preferir, posso sugerir
também hashtags, SEO e uma versão adaptada para redes sociais. Quer seguir
nessa linha?
Por Psi. Antonio Evangelista
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